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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Como diagnosticar Alzheimer

Ser líder não basta, é também importante saber sobre a saúde, porque em todos os ramos temos clientes, e muitas das vezes podemos salvar vidas sobre o nosso conhecimento.
Por isso como para ser bom líder é bom ter uma boa bagagem, quero desde de já dizer-vos para não pensarem só em vencer em ter um bom emprego, mas também terem conhecimento geral.
Neste blog pelo menos tento que aprendam tudo de um pouco.
Bom fim de semana,
Lénia

Como diagnosticar Alzheimer
Como se pode inferir do que já foi dito, na actualidade o diagnóstico da doença de Alzheimer continua a basear-se essencialmente na história clínica do doente, pelo que a presença de alguém que conheça bem o doente e de preferência conviva com ele diariamente é muito importante.

Pelo que é contado pelo doente e pelo acompanhante, é possível inferir, através do reflexo que essas alterações têm nas diversas tarefas, quais as alterações mais importantes, se memória, se linguagem, se desorientação no tempo e espaço, entre outras. É possível saber como é que estas alterações começaram e como evoluíram ao longo do tempo. No exame do doente é possível perceber se existe alguma doença que possa eventualmente justificar as queixas.

Após esta primeira abordagem puramente clínica é sempre necessário realizar exames complementares para assegurar a não-existência de uma causa para as queixas da doença.

Um estudo de sangue e de urina para excluir diversas doenças é sempre necessário, assim como um exame de imagem. Pelo menos uma tomografia computorizada deve ser feita. Este estudo permite excluir a existência de uma demência secundária.

Outros exames podem ajudar a consubstanciar o diagnóstico de doença de Alzheimer.

A avaliação neuropsicológica é um dos instrumentos importantes na avaliação da doença de Alzheimer. Esta avaliação é feita com um conjunto de testes que devem estar padronizados para a população em estudo (no nosso caso, para a população portuguesa) com valores próprios para a idade e a escolaridade. Cada teste avalia uma função específica. Por exemplo, pedir ao doente para decorar uma lista de palavras, uma lista de pares de palavras ou uma história permite avaliar a memória recente. Quando se pede ao doente para dizer quanto é uma dúzia, qual o país que faz fronteira com Portugal, em que dia é Natal, isso permite saber se o doente mantém informações bem apreendidas, a chamada memória semântica. Quando se pede ao doente para dizer todos os nomes de animais de quatro patas ou palavras começadas por P que se lembrar em um minuto, estamos a tentar avaliar a sua iniciativa. Desta forma é possível conhecer quais os domínios cognitivos mais atingidos e isso pode ser importante para decidir se o tipo de perda que o doente apresenta é a que aparece na doença de Alzheimer ou em qualquer outra doença. Existem testes curtos, que podem ser feitos em poucos minutos, que permitem ter uma ideia da gravidade da perda e ir avaliando essa perda ao longo do tempo; mas se é necessária uma análise mais detalhada, estes testes curtos não chegam e é
necessário uma avaliação longa. Esta demora muito mais tempo e que exige pessoas corri preparação e treino específicos. Por isso, estes exames não estão disponíveis com facilidade mas são extremamente úteis quando existem dúvidas de diagnóstico, muito particularmente na fase inicial da doença.



A imagem é essencial, como já foi dito, para afastar a hipótese de uma demência secundária. Por exemplo, quando na história do doente se suspeita de doença vascular cerebral, a imagem pode clarificar até que ponto a existência de enfartes cerebrais pode ser responsável pela demência. Mas é também importante no diagnóstico entre as demências primárias. A ressonância magnética cerebral pode dar um contributo muito importante, por exemplo, no caso da doença de Alzheimer, ao mostrar uma atrofia temporal mediana.

Outros exames de imagem podem ajudar no diagnóstico, mas a sua utilização não é de rotina. E exemplo disso a chamada imagem funcional, a qual é obtida após a injecção de um produto radioactivo; pode mostrar, por exemplo, as áreas em que cérebro não tem metabolismo normal; por exemplo o PET scan cerebral (tomografia por emissão de positrões) pode ser útil numa fase muito inicial da doença.

O doseamento da proteína tau e da A beta 42 exige a realização de uma punção lombar e está alterado na doença de Alzheimer.

Os testes genéticos são muito úteis nas doenças de início precoce e com história familiar da doença. Nos outros casos, o estudo da APOE é controverso. A existência de alelo APOE e4 torna o diagnóstico de doença de Alzheimer mais provável, mas a maioria dos autores entende que não acrescenta muito ao diagnóstico da doença e não deve ser feito por rotina.

Como já foi dito, recentemente autores sugeriram uma revolução no diagnóstico da doença de Alzheimer, visando a inclusão de doentes em ensaios clínicos de novos fármacos. Estes autores sugerem que seja incluída perante uma perda objectiva e progressiva de memória com as características próprias da doença de Alzheimer, associada a alterações sugestivas de doença de Alzheimer na ressonância cerebral ou no PET scan ou dos marcadores (proteína tau e A beta 42) no líquido céfalo-raquidiano obtido por punção lombar. Esta estratégia torna o diagnóstico da doença muito mais caro e não está testada no sentido de se saber qual a sua capacidade de fazer um diagnóstico correcto na grande maioria dos casos. Será necessário esperar para saber até que ponto esta estratégia é válida ou não.



Factores que levam ao aparecimento de Alzheimer


Factores que levam ao aparecimento de Alzheimer

Sem dúvida nenhuma a idade é o maior factor de risco para ser ter doença de Alzheimer, mas em estudos epidemiológicos outros factores têm sido identificados. A baixa escolaridade é, após a idade, o factor de risco mais bem identificado. O estilo de vida tem sido outro aspecto estudado e observou-se que pessoas com uma vida intensa sob o ponto de vista intelectual, físico, social e recreativo têm menos probabilidade de vir a sofrer de doença de Alzheimer. Algumas situações patológicas parece serem factor de risco para doença de Alzheimer, como por exemplo o traumatismo craniano, a diabetes mellitus e a depressão. Sob o ponto de vista genético, existem identificados três genes que são responsáveis por doença de Alzheimer, geralmente com idade de início precoce (o gene da APP, da presenilina 1 e da presenilina 2). Estes casos genéticos correspondem a cerca de 2% dos casos e os portadores deste genes vão ter muito provavelmente doença de Alzheimer. Estes genes são autossómicos dominantes, o que quer dizer que em todas as gerações deverão existir casos de doença. Nos casos mais frequentes de doença de Alzheimer de início mais tardio, existe um factor de risco genético constituído pela presença do alelo E4 do gene da apolipoproteína (APOe4). Isto quer dizer que os portadores deste gene não vão ter obrigatoriamente a doença, mas têm um risco maior do que os não-portadores.



O que causa Alzheimer
Segundo as projecções da OMS, na população mundial existe uma tendência para o aumento relativo da população acima dos 60 anos, como a doença de Alzheimer se manifesta justamente neste grupo etário é previsível que o número de doentes aumente também de forma significativa. Assim, à sobrecarga que o envelhecimento normal acarreta para as famílias e para a sociedade, a presença de uma doença com sintomas mentais, como a doença de Alzheimer, vem ainda agravar mais este panorama. Num estudo realizado sob os auspícios da Doença de Alzheimer Internacional prevê-se, por exemplo, que na Europa, o número de doentes com demência, estimado em 7,7 milhões em 2001, será de 15,9 milhões em 2040. Em países em desenvolvimento este aumento será muito maior desde que os parâmetros usados no estudo não se alterem.

As alterações descritas por Alóis Alzheimer no cérebro de doentes têm sido a base da investigação da causa na doença de Alzheimer. Os estudos, bioquímicos e estruturais, das placas neuríticas e das tranças neurofibrilares realizados até à data sugerem que um dos principais factores da morte dos neurónios tem a ver com o processamento de uma proteína chamada Proteína Percursora de Amilóide, a APP. Apesar de os casos hereditários de doença de Alzheimer serem os mais raros, a identificação dos genes que provocam doença de Alzheimer foi muito importante, já que todos têm a ver com esta proteína. As alterações do gene da APP ou das presenelinas 1 e 2 provocam um desvio do processamento da APP no sentido da formação dos oligómeros insolúveis e tóxicos e provocam doença de Alzheimer. Em relação à proteína tau, o facto de ser a única alteração em algumas doenças neurológicas faz com que o seu papel na morte dos neurónios seja indiscutível. Mas o que provoca esta alteração não é tão bem compreendido, assim como a sua relação com a patologia amilóide. Seja qual for o factor desencadeante da doença, vários factores acontecem no cérebro dos doentes com doença de Alzheimer que são passíveis de participar na morte dos neurónios. A inflamação, o aumento de radicais livres, etc. Sendo assim, a doença de Alzheimer continua a ser uma doença sem causa conhecida, mas tudo parece indicar que vários factores, tanto genéticos como provenientes do ambiente, possam, no seu conjunto, ser os responsáveis pela doença.

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