Moda
Crise alterou o 'dress code'
Margarida Vaqueiro Lopes
01/04/10 20:40
Ostentar sinais exteriores de riqueza deixou de ser bem visto no mundo dos negócios. Agora o trunfo é o ‘low profile’, conta o Le Figaro.
A maior parte das empresas tem um ‘dress code' mais ou menos instituído. As regras, não sendo rígidas, visam passar a imagem de sobriedade, criatividade, inovação, confiança ou originalidade, consoante o objectivo de cada instituição.
Da área financeira, em particular, espera-se dos executivos uma imagem clássica mas adequada à actualidade, que passe segurança e sobriedade. No fundo, uma imagem que diga "pode confiar-me o seu dinheiro".
Mas, ao contrário do que acontecia antes de 2007, já ninguém quer ver camisas bordadas, botões de punho de ouro, vestidos de autor ou sapatos de designers conhecidos nos executivos da área.
Em tempo de crise, segundo os consultores de imagem, a ostentação é descabida, porque tem que se apresentar aos clientes, muitas vezes, perdas colossais. "É preciso manter o ‘low profile'. Se vissem sinais de riqueza, poderiam pensar ‘ora aí está onde foi parar o meu dinheiro'", diz Christia Lopez, consultora profissional de imagem.
Segundo o mesmo artigo, 82% dos responsáveis pelo recrutamento confia na imagem na hora de escolher um novo funcionário para uma empresa. Um truque que pode não revelar a competência do candidato mas que mostra a sua capacidade - ou não - de adaptação ao cargo a que está a concorrer.
Um professor universitário norte-americano disse ao Le Figaro que a aparência determina sentimentos em relação a alguém: 7% da comunicação passa pelas palavras, 38% pela entoação e som da voz e 55% pela expressão corporal e pela roupa escolhida.
E isto vale tanto para quem vai a uma entrevista de emprego como para quem faz as propostas aos candidatos. Christia Lopez conta que "recentemente, tive um cliente da área financeira a quem estavam a tentar aliciar para outra empresa. O seu potencial empregador prometia-lhe ganhos financeiros importantes, mas usava um relógio com bracelete de plástico, sapatos gastos e um fato coçado". A oferta não correspondia ao que o cliente estava a ver, e ele recusou a proposta, explicou.
Para quem é novo numa empresa, o melhor é observar os colegas de trabalho e tentar aproximar-se do seu estilo, lembrando-se de nunca imitar o chefe - a quem a imitação pode parecer prepotente.
Retalho
Procuram-se jovens apaixonados pela moda
Ana Petronilho
16/03/10 00:05
A empresa portuguesa de retalho recebe recém-licenciados há quatro anos e lançou um novo programa de estágios profissionais, no final do ano passado.
"Procuramos jovens com vontade de vencer, apaixonados pelo negócio da moda e com grande sentido de responsabilidade". Segundo José Ferreira, o responsável pelos recursos humanos do Grupo Mar, são estes os requisitos necessários para um recém-licenciado que queira estagiar na empresa portuguesa, que trabalha há 20 anos na área de retalho com várias marcas, entre as quais a United Colors of Benetton, a Sisley, a Levi's e a Zilian.
34ª edição
Moda Lisboa troca Cascais pela capital
Inês Queirós
11/03/10 00:05
O Terreiro do Paço e a Rua Augusta acolhem a partir de hoje a 34ª edição da Moda Lisboa, que está de regresso à cidade que a inspirou.
Depois de um interregno de dois anos e meio, durante o qual foi realizada em Cascais, a Moda Lisboa regressa hoje às passerelles da capital da moda portuguesa. Lisboa volta a acolher o evento e este regresso fica a dever-se também ao facto de a Câmara Municipal de Lisboa (CML) ter voltado a investir nele.
Marcas
Moda aposta no ecoluxo...
Margarida Henriques
20/03/10 00:05
A crise obrigou marcas de luxo como a Cartier, a Gucci ou a Dior a virarem-se para o marketing verde.
Habituadas a criar tendências, as marcas de luxo agora seguem uma moda: a da sustentabilidade. Depois da quebra das vendas sentida no ano passado e que só deve apresentar sinais de retoma em 2012, a aposta vai para o apelo ecológico.
O grupo LVMH, que tem no seu portefólio marcas como a Louis Vuitton, Dior ou Moët & Chandon, foi o primeiro a apostar no conceito do ecoluxo ao comprar 50% da Edun. Esta é uma marca criada por Bono Vox, o vocalista dos U2, para promover o desenvolvimento dos países mais pobres - por exemplo, o algodão utilizado na confecção das peças tem origem em pequenos produtores africanos.
Com um orçamento a rondar os 800 mil euros, garantido em 30% pela CML e em 70% por financiadores privados, dos quais a Seat é o maior, a Moda Lisboa regressa assim à cidade para a qual foi criada. Recorde-se que a partida de Lisboa, em 2007, foi ditada por contingências de ordem financeira. Uma quebra do protocolo existente, por parte do executivo camarário, levou a Moda Lisboa a procurar outras paragens. Cascais, mesmo ali ao pé, ofereceu-lhe os meios, mas o acordo estabelecido com este executivo ditou que o evento lisboeta por lá ficasse durante cinco edições. Assim foi, mas a intenção foi sempre a de voltar um dia para Lisboa.
Agora de volta, e sob o lema "Checkpoint", a 34ª edição da Moda Lisboa será marcada pelo regresso a casa e os dois palcos escolhidos não podiam ser mais lisboetas, já que se situam ambos na baixa pombalina. São estes, o Páteo da Galé, no Terreiro do Paço, onde terão lugar os grandes desfiles dos principais criadores nacionais, e o MUDE - Museu do Design e da Moda -, na Rua Augusta, que acolherá a plataforma Lab, vocacionada para uma vertente mais experimentalista.
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