Alimentos que nos protegem do cancro
Há muitíssimos outros fatores que causam cancro, mas a nossa alimentação tem
um papel crucial. David Khayat, presidente do Instituto Francês do Cancro, ensina-nos como nos podemos defender à mesa, o resultado de trinta anos de investigação
Ninguém lhe garante que se comer irrepreensivelmente vai viver até aos 96. Mas podemos tomar medidas preventivas face ao que já sabemos. Prepare-se para algumas surpresas, ensinadas por David Khayat, presidente do Instituto Francês do Cancro, autor do livro ‘O Verdadeiro Regime Anti-Cancro’ (Livros d’Hoje).
Copie os japoneses
Arroz, fruta e legumes: é a base da alimentação das mulheres japonesas, que têm menos cancro da mama que as americanas. Mas quando emigram para os Estados Unidos, a segunda geração já ‘apanhou’ as americanas. A conclusão não é difícil de tirar: estas mulheres adotaram os hábitos alimentares dos ocidentais e, com eles, as suas doenças. Outra conclusão: não faça como elas. Siga o Japão, não a América.
‘Pesque’ bem os peixes
Teoricamente seriam um alimento saudável, o problema é que estão contaminados por vários tipos de metais tóxicos. E são os mais gordos os mais contaminados: espadarte, atum, enguia, cação, salmão. Então mas não têm ómega 3, que seria benéfico? Alternativa: há mais peixes com ómega 3 que estão menos contaminados, como a sardinha e a cavala. Pode igualmente escolher dourada ou robalo, linguado ou solha. E se não for afetada pela crise, que tal um belo prato de camarões?
Coma carne...de vez em quando
Tem sido a má da fita, mas há que lembrar que não comemos a mesma carne dos dois lados do Atlântico. Um bife europeu tem metade das calorias e da gordura de um bife americano. Além disso, um europeu come em média 50g de carne vermelha por dia (menos do que o tamanho da palma da mão – sem os dedos, se faz favor). Um americano come quase três vezes mais! Portanto, coma carne, se quiser, mas pouca, bem escolhida e... mal passada..
Esqueça o bife grelhado
Ao contrário do que nos doutrinaram até aqui, não devemos comer a carne grelhada nem muito bem passada, que provoca um aumento de elementos cancerígenos. Se colocar um pouco de gordura na frigideira, esta vai interpor-se entre o metal aquecido e a carne, o que resulta numa cozedura mais suave, com menos substâncias cancerígenas. Crua, guisada ou estufada: são as melhores maneiras de comer carne. Acompanhe com legumes. Quanto às carnes brancas, coma as que quiser. Mas em ambas, se possível, escolha biológica.
Vai uma tacinha de arroz doce?
Com 250g de arroz doce e um iogurte, a sua dose diária de cálcio fica completa. Claro que também pode comer queijo fresco e leite magro. As mulheres precisam de produtos lácteos, sobretudo após a menopausa, devido à desmineralização óssea. Mas não obrigue o seu marido a comer iogurte: Khayat diz que os homens devem afastar-se dos laticínios, devido à sua relação com o cancro da próstata (desse pelo menos nunca sofreremos...).
Tome cálcio
Tome um comprimido de cálcio após a refeição com carne: para contrariar a ação cancerígena do sangue da carne sobre a mucosa intestinal.
Dê carta branca aos ovos
Desde que não tenha o colesterol elevado, os ovos são um alimento neutro do ponto de vista do cancro. Nada a apontar. Siga para mexido. E mais uma vez, prefira a modalidade biológica, se puder.
Faça salada de fruta
Legumes e frutas são muito benéficos: estimulam as defesas antioxidantes que controlam os estragos feitos pelos radicais livres nas nossas células. Além disso, têm poucas calorias, fraco índice glicémico e alto teor de fibra. Os ingredientes mais poderosos: vitamina C (laranjas, brócolos, quivis, couves), E (cenouras e tomate) e compostos aliáceos (contidos no alho e na cebola).
Ponha o arco-íris no prato
Os famosos antioxidantes capazes de desintoxicar as células são os mesmos que dão a cada fruto e legume a sua cor. Por isso, quanto mais (naturalmente) colorido for o seu prato, mais saudável será.
Escolha produtos biológicos
Más notícias: frutos e legumes são a principal fonte de elementos cancerígenos: nitratos, pesticidas, fungicidas, e outros produtos químicos. Os mais contaminados: pimento, tomate, alho-francês, alface, morangos, tangerinas e uvas. Os mais seguros: cenouras, batatas, pepinos, pêssegos, bananas, maçãs e quivis. Antes de comer, lave-os bem e deite fora as folhas exteriores (no caso das couves e alfaces). De qualquer maneira, coma legumes e fruta mesmo que não consiga comprar biológicos.
Gorduras sim, mas poucas
Todas as gorduras têm as mesmas calorias por grama: cerca de 9. Todas devem ser consumidas em quantidade moderada. E a ideia de que tudo o que é vegetal é benéfico para a saúde é errada (afinal, o tabaco é um vegetal...).
Não deixe que o óleo ‘fume’
Quando aquecidos, os óleos libertam poderosos agentes cancerígenos. O mais resistente é o óleo de amendoim (degrada-se a 227ºC, por oposição aos 160 do azeite), que além disso tem um sabor neutro. Guarde o azeite para as saladas e sopas. Ah, e cuidado ao cozinhar no wok: não deixe o óleo fumegar, sinal que já aqueceu demais e a sua estrutura alterou-se. Mude o óleo se isso acontecer.
Defenda-se da acrilamida
Se calhar nunca ouviu falar dela, mas é uma das suas mais potentes inimigas: é uma substância cancerígena que se produz quando se aquece a altas temperaturas um aminoácido chamado asparagina. Problema: esta representa 40% dos aminoácidos das batatas fritas, 14% da farinha de trigo e 18% na de centeio. Está presente em algumas bebidas com café, nos aperitivos, nos biscoitos e bolos, nos cereais de pequeno almoço, em tostas e bolachas, em alguns produtos infantis, pré-cozinhados e lácteos.
Açúcar: sim ou não?
Bem, David Khayat diz que sim... Não vos queremos tirar esta alegria: “Nenhum estudo sério conseguiu obter qualquer resultado reproduzível sobre a ligação entre comer açúcar e cancro.” De qualquer maneira, se o açúcar em si não representa o diabo, existe sim uma relação entre excesso de peso e cancro (ver Caixa), por isso não desate a comer bolas-de-berlim como se não houvesse amanhã. Mas, afinal, por que é que vivemos apaixonadas pelo açúcar? Para começar, porque os recetores do sabor doce são não só os mais numerosos como os primeiros a aparecer, quando ainda estamos na barriga das mães. Quando se fala em ‘memórias afetivas’, no caso do açúcar elas vão mesmo muito longe...
Beba um copito de vinho
Como em tudo, não abuse: mas o consumo diário de dois copos de vinho para as mulheres e três para os homens é bom para a saúde. E lembre-se que o vinho tinto é cinco vezes mais benéfico que o branco: estimula o ‘suicídio’ das células anormais e melhora as capacidades de reparação dos genes danificados.
Não abuse dos sumos
São, em geral, demasiado calóricos, mas o sumo de uva puro e o sumo de romã são benéficos, principalmente contra o cancro da mama. Curiosidade: se vai expor-se ao sol e tem a pele muito branca, esqueça o sumo de laranja: é rico em substâncias cancerígenas para a pele em presença do sol! Segundo um estudo recente, beber muito sumo de laranja pode estar ligado ao risco de desenvolver melanoma. E atenção: o aumento do consumo dos refrigerantes foi um dos maiores contributos para o aumento de peso da população.
Peça um café
Uma boa notícia para os portugueses: todos devíamos beber café (com cafeína mesmo, que o descafeinado não faz bem nem mal) e chá (especialmente o verde) são antioxidantes.
Diversifique a alimentação
Nada é cancerígeno se comido de vez em quando. Um pacote de batatas fritas não a vai matar, um churrasco não vai provocar cancro no cólon. Adapte aquilo que come àquilo que gasta. E o principal: coma com gosto. “Laennec, um dos mais ilustres médicos franceses, costumava dizer que a doença era o resultado de paixões tristes...”
Ler mais: http://activa.sapo.pt/belezaesaude/nutricao/2013/02/13/alimentos-que-nos-protegem-do-cancro#ixzz2RJgG1TpQ
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